sábado, 4 de agosto de 2018

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Doenças Infecciosas e Parasitárias [7].


1. As bactérias são organismos microscópicos e muitas são patogênicas, pois causam doenças. Entre as doenças humanas causadas por bactérias, podemos citar:

a) varicela, poliomielite, sarampo e dengue.
b) sífilis, gonorreia, brucelose e tétano.
c) pneumonia, tuberculose, febre amarela e sarampo.
d) encefalite, poliomielite, hepatite e tuberculose.
e) hanseníase, dengue, gripe e brucelose.

2. A sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica e crônica. Sua evolução é dividida em recente e tardia. A transmissão da sífilis adquirida é sexual na quase totalidade dos casos. A respeito dos aspectos clínicos e epidemiológicos da sífilis adquirida, assinale a alternativa correta.

a) Não é doença de notificação compulsória.
b) Seu agente etiológico é um vírus pertencente ao gênero morbillivirus.
c) Na sífilis latente, não se observam sinais e sintomas clínicos.
d) A sífilis adquirida tardia é considerada tardia durante o primeiro ano de evolução da doença.
e) A sífilis primária é marcada pela disseminação dos treponemas pelo organismo.

3. Sobre as Hepatites virais, assinale a alternativa INCORRETA.

a) As hepatites virais A e E são transmitidas pela via fecal-oral e estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos.
b) Os trabalhadores da saúde devem obedecer às normas universais de biossegurança e imunização contra a hepatite B.
c) São possíveis sintomas dessas hepatites: icterícia, colúria e hipocolia fecal.
d) A vacina contra hepatite B é recomendada para crianças de 12 meses até menores de 2 anos de idade.
e) Recém-nascidos de mães portadoras do vírus da hepatite B devem receber a 1ª dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se estas normas forem devidamente obedecidas, a amamentação não é contraindicada.

4. Paciente de 33 anos decide viajar no feriado com a família. Depois de retornar para casa, percebe que não se sente bem e vai com a filha até a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa. Em atendimento na unidade, detectou-se que a paciente estava com febre de 38,5ºC de início súbito, cefaleia, dor muscular e manchas vermelhas na pele. Porém, sua principal queixa são as dores intensas nas articulações das mãos e dos pés. Qual doença podemos identificar através das informações obtidas?

a) Tuberculose.
b) Hanseníase.
c) Influenza.
d) Malária.
e) Febre Chikungunya.

5. Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores, a malária é também conhecida popularmente como “maleita” e tem como seu principal reservatório o homem. Sobre a malária, é correto afirmar que

a) existe a transmissão direta da doença de pessoa a pessoa. Outras formas de transmissão, tais como transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas contaminadas ou transmissão congênita não podem ocorrer.
b) o período de infecção caracteriza-se pela fase de apirexia.
c) um dos diagnósticos laboratoriais é o da gota espessa.
d) a transmissão ocorre por meio da picada do mosquito macho anopheles, infectado pelo Plasmodium spp.
e) é considerado caso descartado toda pessoa cuja presença de parasito ou algum de seus componentes tenha sido identificada no sangue por exame laboratorial.

6. A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil. O diagnóstico dessa doença se dá, na grande maioria dos casos, por meio de exames de escarro. Para uma coleta adequada no domicílio, o profissional de saúde deve repassar ao paciente as seguintes orientações, EXCETO

a) coletar de 5 a 10 ml de escarro.
b) orientar para que, antes da coleta, o paciente inspire profundamente, retenha o ar por alguns instantes (segundos) e expire. Após repetir esse procedimento 3 vezes, tossir.
c) orientar o paciente que evite tomar grandes volumes de água no dia anterior à coleta.
d) coletar o escarro, preferencialmente, em jejum.
e) aos pacientes que já estão em tratamento da TB, orientar a ingestão dos medicamentos após a coleta de escarro.

7. O sarampo caracteriza-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. Suas manifestações clínicas são divididas em três períodos. O período em que a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença e são frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os 2 anos de idade, especialmente as desnutridas e os adultos jovens, denomina-se

a) Período Toxêmico.
b) Período Prodrômico.
c) Período assintomático.
d) Período de Remissão.
e) Período de Infecção.

8. Relacione as doenças às respectivas características.


a) 1, 2, 3
b) 1, 3, 2
c) 2, 1, 3
d) 2, 3, 1
e) 3, 1, 2

9. Qual é a doença cujas manifestações clínicas da fase crônica aparecem na vida adulta, anos após a fase aguda, apresentando alterações cardíacas e/ou digestivas?

a) Febre tifoide
b) Leishmaniose visceral
c) Doença de Chagas
d) Infecção por poliovírus
e) Esquistossomose mansônica

10. Qual é a população que apresenta maior fragilidade em seu sistema imunológico referente aos linfócitos T CD4+ e, em função disso, deve ser foco das campanhas a favor do diagnóstico precoce da soropositividade para o HIV/ Aids?

a) Lactentes
b) Gestantes
c) Idosos
d) Adultos
e) Adolescentes

11. As estatísticas oficiais reconhecem o recrudescimento da Tuberculose Pulmonar nas grandes metrópoles, e uma de suas principais causas reside no tratamento incompleto e/ou no abandono do tratamento específico por parte do paciente. Uma das medidas epidemiológicas adotadas é a vacinação precoce da criança com o BCG intradérmico.

Esse tipo de vacina deve ser aplicado

a) no recém-nato, em dose única
b) no recém-nato e com reforço aos dois meses
c) aos dois, quatro e seis meses de idade
d) aos três, cinco e sete meses de idade
e) aos seis meses de idade, em dose única

12. Dentre as doenças infecciosas causadas por vírus, as hepatites são relevantes por seu caráter insidioso e pela gravidade de terem o fígado como órgão alvo. Considerando-se o modo de transmissão das hepatites, para quais tipos o enfermeiro deve indicar procedimentos e cuidados inerentes à transmissão sanguínea?

a) E e B
b) A e B
c) B e C
d) A e C
e) A e E

13. Com relação à hanseníase, assinale a opção correta.

a) A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação facultativa, devido ao longo período de incubação.
b) O homem e alguns animais silvestres, como o tamanduá e o tatu, são considerados fontes de infecção para hanseníase.
c) O tratamento para hanseníase é focado na internação hospitalar ou no isolamento dos pacientes em leprosários.
d) A confirmação da alta por cura da hanseníase deve ser realizada por um profissional médico.
e) A vigilância epidemiológica da hanseníase no Brasil atualmente utiliza essencialmente o sistema universal com busca ativa, pautado na notificação dos casos suspeitos e confirmados.

14. Em relação à tendência de queda da incidência e da mortalidade por tuberculose no Brasil, apesar dos indicadores animadores, números absolutos relacionados a essa enfermidade ainda causam indignação e representam um desafio grandioso. São mais de 70 mil casos novos, e o número de óbitos por tuberculose ultrapassa a cifra de 4,5 mil pessoas a cada ano.

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando o cenário atual da tuberculose no Brasil, assinale a opção correta.

a) O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas o período de incubação pode ser estendido por muitos anos e até décadas.
b) No tratamento da infecção latente ou quimioprofilaxia secundária, a droga de escolha é Rifampicina.
c) Os profissionais de saúde deverão receber a vacina BCG, independentemente do resultado da prova tuberculínica.
d) A transmissão da tuberculose ocorre exclusivamente pela via pulmonar.
e) A pesquisa bacteriológica é o método prioritário, tanto na detecção quanto no monitoramento e na evolução do tratamento, mas não serve para documentar a cura.

15. As infecções sexualmente transmissíveis são frequentes e têm múltiplas etiologias e apresentações clínicas, além de causarem impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, podendo afetar as relações interpessoais. A respeito dessas infecções, assinale a opção correta.

a) Define-se como caso confirmado de sífilis adquirida toda evidência clínica de sífilis primária ou secundária em indivíduo com teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente, ou o quadro de indivíduo assintomático com teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente.
b) A oftalmia neonatal, definida como conjuntivite purulenta do recém-nascido, ocorre a partir do terceiro mês de vida, devido ao longo período de incubação do agente etiológico e pode levar à cegueira, principalmente se causada pelo Treponema pallidum.
c) O vírus da hepatite B apresenta baixa infectividade e, quando está fora do corpo, ele se torna inativo.
d) O papiloma vírus humano é um vírus de RNA que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas.
e) O diagnóstico do condiloma acuminado é laboratorial e complementado pelos exames de colonoscopia e broncoscopia.




GABARITO
1. B
2. C
3. D
4. E
5. C
6. C
7. A
8. D
9. C
10. C
11. A
12. C
13. D
14. A
15. A

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

• RESUMO • Leptospirose.

DESCRIÇÃO
Doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode variar desde um processo inaparente até formas graves.

SINONÍMIA
Doença de Weil, síndrome de Weil, febre dos pântanos, febre dos arrozais, febre outonal, doença dos porqueiros, tifo canino e outras, embora sejam termos evitados por serem passíveis de confusão.

AGENTE ETIOLÓGICO
Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira, do qual se conhecem 14 espécies patogênicas, sendo a mais importante a L. interrogans.
A unidade taxonômica básica é o sorovar (sorotipo). Mais de 200 sorovares já foram identificados, cada um com o(s) seu(s) hospedeiro(s) preferencial(ais), ainda que uma espécie animal possa albergar um ou mais sorovares.
Qualquer sorovar pode determinar as diversas formas de apresentação clínica no homem. No Brasil, os sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni estão relacionados aos casos mais graves.

RESERVATÓRIOS
Animais sinantrópicos domésticos e selvagens. Os principais são os roedores das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Esses animais não desenvolvem a doença quando infectados e albergam a leptospira nos rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando água, solo e alimentos.
O R. norvegicus é o principal portador do sorovar Icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos para o homem. Outros reservatórios são caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos.
O homem é apenas hospedeiro acidental e terminal, dentro da cadeia de transmissão.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
A leptospirose tem distribuição universal. No Brasil, é uma doença endêmica; tornase epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores infectados.
Nos últimos 10 anos, vêm-se confirmando uma média anual de mais de 3.600 casos, no país. As regiões Sudeste e Sul concentram o maior número de casos confirmados, seguidas pelo Nordeste. Nesse mesmo período, são registrados 375 óbitos em média, a cada ano.
Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.
Algumas ocupações facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e bombeiros, entre outras. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostos à urina de roedores.

MODO DE TRANSMISSÃO
A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados.
A penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas.
Outras modalidades de transmissão possíveis, porém com rara frequência, são: contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados; transmissão acidental em laboratórios; e ingestão de água ou alimentos contaminados.
A transmissão pessoa a pessoa é rara, mas pode ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias).

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido.

SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE
A suscetibilidade é geral.
A imunidade adquirida pós-infecção é sorovar-específica, podendo um mesmo indivíduo apresentar a doença mais de uma vez se o agente etiológico de cada episódio pertencer a um sorovar diferente do(s) anterior(es).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações fulminantes.
As apresentações clínicas da leptospirose são divididas em duas fases: fase precoce (fase leptospirêmica) e fase tardia (fase imune).

Fase precoce
Caracteriza-se pela instalação abrupta de febre, comumente acompanhada de cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos, e pode não ser diferenciada de outras causas de doenças febris agudas.
Corresponde de 85 a 90% das formas clínicas, mas poucos casos são identificados e notificados nessa fase da doença, em decorrência das dificuldades inerentes ao diagnóstico clínico e à confirmação laboratorial.
Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Exantema ocorre em 10 a 20% dos pacientes e apresenta componentes de eritema macular, papular, urticariforme ou purpúrico, distribuídos no tronco ou região prétibial.
Em menos de 20% dos casos de leptospirose também podem ocorrer hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia.
A fase precoce da leptospirose tende a ser autolimitada e regride entre 3 e 7 dias sem deixar sequelas. Costuma ser diagnosticada como uma "síndrome gripal", "virose" ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou influenza.
É importante notar a existência de alguns sinais e sintomas que podem ajudar a diferenciar a fase precoce da leptospirose de outras causas de doenças febris agudas. Sufusão conjuntival é um achado característico da leptospirose e é observada em cerca de 30% dos pacientes. Esse sinal aparece no final da fase precoce e caracteriza-se por hiperemia e edema da conjuntiva ao longo das fissuras palpebrais.
Com a progressão da doença, os pacientes também podem desenvolver petéquias e hemorragias conjuntivais. Geralmente, a leptospirose é associada à intensa mialgia, principalmente em região lombar e nas panturrilhas. Entretanto, nenhum desses sinais clínicos da fase precoce é suficientemente sensível ou específico para diferenciá-la de outras causas de febre aguda.

Fase tardia
Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que se iniciam após a primeira semana da doença, mas podem aparecer mais cedo, especialmente em pacientes com apresentações fulminantes.
A manifestação clássica da leptospirose grave é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. A icterícia é considerada um sinal característico e apresenta uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia rubínica). Geralmente, a icterícia aparece entre o 3º e o 7º dia da doença e sua presença costuma ser usada para auxiliar no diagnóstico da leptospirose, sendo um preditor de pior prognóstico devido a sua associação com essa síndrome. Entretanto, essas manifestações podem se apresentar concomitantemente ou isoladamente, na fase tardia da doença.
A síndrome de hemorragia pulmonar, caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar maciço, vem sendo cada vez mais reconhecida no Brasil como uma manifestação distinta e importante da leptospirose na fase tardia. No entanto, é importante observar que manifestações graves da leptospirose, como hemorragia pulmonar e insuficiência renal, podem ocorrer em pacientes anictéricos. Portanto, não se deve basear apenas na presença de icterícia para identificar pacientes com leptospirose ou com risco de complicações graves da doença. Enquanto a letalidade geral nos casos de leptospirose notificados no Brasil é de 10%, nos pacientes que desenvolvem hemorragia pulmonar é maior que 50%.
O comprometimento pulmonar da leptospirose se apresenta com tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose.
A hemoptise franca indica extrema gravidade e pode ocorrer de forma súbita, levando à insuficiência respiratória (síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndrome da angústia respiratória aguda – SARA) e a óbito. Na maioria dos pacientes, porém, a hemorragia pulmonar maciça não é identificada até que uma radiografia de tórax seja realizada ou que o paciente seja submetido à intubação orotraqueal. Assim, deve-se manter uma suspeição para a forma pulmonar grave da leptospirose em pacientes que apresentem febre e sinais de insuficiência respiratória, independentemente da presença de hemoptise. Além disso, a leptospirose pode causar SARA na ausência de sangramento pulmonar.
Outros tipos de diátese hemorrágica, frequentemente em associação com trombocitopenia, também podem ocorrer, além de sangramento nos pulmões, fenômenos hemorrágicos na pele (petéquias, equimoses e sangramento nos locais de venopunção), nas conjuntivas e em outras mucosas ou órgãos internos, inclusive no sistema nervoso central.

IMPORTANTE! Os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angústia respiratória do adulto e, muitas vezes, esse quadro precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. Nesses casos, pode ocorrer óbito nas primeiras 24 horas de internação.

COMPLICAÇÕES
A insuficiência renal aguda é uma importante complicação da fase tardia e ocorre em 16 a 40% dos pacientes. A leptospirose causa uma forma peculiar de insuficiência renal aguda, caracterizada por ser não oligúrica e hipocalêmica, devido à inibição de reabsorção de sódio nos túbulos renais proximais, aumento no aporte distal de sódio e consequente perda de potássio. Durante esse estágio inicial, o débito urinário é de normal a elevado, os níveis séricos de creatinina e ureia aumentam e o paciente pode desenvolver hipocalemia moderada a grave. Com a perda progressiva do volume intravascular, os pacientes desenvolvem insuficiência renal oligúrica devido à azotemia pré-renal. Nesse estágio, os níveis de potássio começam a subir para valores normais ou elevados. Devido à perda contínua de volume, os pacientes podem desenvolver necrose tubular aguda e não responder à reposição intravascular de fluidos, necessitando de início imediato de diálise para tratamento da insuficiência renal aguda.
Outras complicações frequentes na forma grave da leptospirose são: miocardite, acompanhada ou não de choque e arritmias agravados por distúrbios eletrolíticos; pancreatite; anemia; e distúrbios neurológicos como confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea. A leptospirose é uma causa relativamente frequente de meningite asséptica. Embora menos frequentes, também podem-se observar encefalite, paralisias focais, espasticidade, nistagmo, convulsões, distúrbios visuais de origem central, neurite periférica, paralisia de nervos cranianos, radiculite, síndrome de Guillain-Barré e mielite.

CONVALESCENÇA E SEQUELAS
Nesta fase, astenia e anemia podem ser observadas. A convalescença dura de 1 a 2 meses, período no qual podem persistir febre, cefaleia, mialgias e mal-estar geral por alguns dias. A icterícia desaparece lentamente, podendo durar por semanas. Os níveis de anticorpos, detectados pelos testes sorológicos, diminuem progressivamente; em alguns casos, porém, os níveis de anticorpos permanecem elevados por vários meses. A eliminação de leptospiras pela urina (leptospirúria) pode continuar por uma semana até vários meses após o desaparecimento dos sintomas.

DIAGNÓSTICO
Laboratorial

Exames específicos
O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados, inoculação em animais de laboratório ou detecção do DNA do microrganismo pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). A cultura finaliza-se (positiva ou negativa) após algumas semanas, o que garante apenas um diagnóstico retrospectivo.
Na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas. No entanto, pelas dificuldades inerentes à realização dos exames de cultura, os métodos sorológicos são prioritariamente escolhidos para o diagnóstico da leptospirose. Os mais utilizados são o ensaio imunoenzimático (ELISA-IgM) e a microaglutinação (MAT). Estes exames devem ser realizados pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). Exames complementares de maior complexidade ou não disponibilizados nos LACEN (imuno-histoquímica, técnicas baseadas em PCR e tipagem de isolados clínicos, por exemplo) podem ser solicitados ao laboratório de referência.

Exames inespecíficos

Exames iniciais e de seguimento
Hemograma e bioquímica – ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, TGO, TGP, gama glutamil transferase (GGT), fosfatase alcalina (FA), creatinoquinase (CPK), Na+ e K+. Se necessário, também devem ser solicitados radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG) e gasometria arterial. Na fase inicial da doença, as alterações laboratoriais podem ser inespecíficas.

As alterações mais comuns nos exames laboratoriais, especialmente na fase tardia da doença, são:
• elevação das bilirrubinas totais com predomínio da fração direta, podendo atingir níveis elevados;
• plaquetopenia;
• leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda;
• gasometria arterial, mostrando acidose metabólica e hipoxemia;
• aumento de ureia e creatinina;
• potássio sérico normal ou diminuído, mesmo na vigência de insuficiência renal aguda (potássio elevado pode ser visto ocasionalmente e, nesse caso, indica pior prognóstico);
• CPK elevada;
• aminotransferases normais ou com aumento de 3 a 5 vezes o valor da referência (geralmente não ultrapassam 500UI/dL), podendo estar a AST (TGO) mais elevada que a ALT (TGP);
• anemia normocrômica – a observação de queda nos níveis de Hb e Ht durante exames seriados sem exteriorização de sangramentos pode ser indício precoce de sangramento pulmonar;
• FA e GGT normais ou elevadas;
• atividade de protrombina (AP) diminuída ou tempo de protrombina (TP) aumentado ou normal;
• baixa densidade urinária, proteinúria, hematúria microscópica e leucocitúria são frequentes no exame sumário de urina;
• líquor com pleocitose linfomonocitária ou neutrofílica moderada (abaixo de 1.000 células/mm3, comum na segunda semana da doença, mesmo na ausência clínica da evidência de envolvimento meníngeo); pode haver predomínio de neutrófilos, gerando confusão com meningite bacteriana inespecífica;
• radiografia de tórax – infiltrado alveolar ou lobar, bilateral ou unilateral, congestão e SARA; e
• ECG – fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular e alteração da repolarização ventricular.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Fase precoce – dengue, influenza (síndrome gripal), malária, riquetsioses, doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifoide, entre outras.
Fase tardia – hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela, malária grave, dengue grave, febre tifoide, endocardite, riquetsioses, doença de Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda, apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite aguda, coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndrome hepatorrenal, síndrome hemolítico-urêmica, outras vasculites, incluindo lúpus eritematoso sistêmico, entre outras.

TRATAMENTO
Hospitalização imediata dos casos graves, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. Nos casos leves, o atendimento é ambulatorial.

Antibioticoterapia
A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas.

Antibioticoterapia recomendada para pacientes com leptospirose

IMPORTANTE! As medidas terapêuticas de suporte devem ser iniciadas precocemente com o objetivo de evitar complicações, principalmente as renais, e óbito.

NOTIFICAÇÃO
A leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil. Tanto a ocorrência de casos suspeitos isolados como a de surtos devem ser notificadas, o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações de vigilância epidemiológica e controle.

PREVENÇÃO E CONTROLE
As medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas aos reservatórios, à melhoria das condições de proteção dos trabalhadores expostos e das condições higiênicosanitárias da população, e às medidas corretivas sobre o meio ambiente, diminuindo sua capacidade de suporte para a instalação e proliferação de roedores.


REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. 1ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

• RESUMO • Leishmaniose Tegumentar Americana.

DESCRIÇÃO
Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas.

SINONÍMIA
Úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do Oriente

AGENTE ETIOLÓGICO
Protozoário do gênero Leishmania. No Brasil, foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Viannia e uma do subgênero Leishmania. As 3 principais espécies são:
Leishmania (Leishmania) amazonensis;
Leishmania (Viannia) guyanensi;
Leishmania (Viannia) braziliensis.

RESERVATÓRIOS
Infecções por leishmanias que causam a leishmaniose tegumentar americana (LTA) foram descritas em várias espécies de animais silvestres (roedores, masurpiais, edentados e canídeos silvestres), sinantrópicos (roedores) e domésticos (canídeos, felídeos e equídeos). Com relação a esses últimos, seu papel na manutenção do parasito no meio ambiente ainda não foi esclarecido.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
Nas últimas décadas, a LTA apresentou mudanças no seu comportamento. Inicialmente considerada zoonose de animais silvestres, que acometia ocasionalmente pessoas em contato com florestas, a LTA começou a ocorrer em zonas rurais já praticamente desmatadas e em regiões periurbanas.
Observa-se a coexistência de um duplo perfil epidemiológico, expresso pela manutenção de casos oriundos dos focos antigos ou de áreas próximas a eles, e pelo aparecimento de surtos associados a fatores decorrentes do surgimento de atividades econômicas, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo, em condições ambientais altamente favoráveis à transmissão da doença.
No período de 1993 a 2012, a LTA apresentou média anual de 26.965 casos autóctones registrados e coeficiente de detecção médio de 15,7 casos/100.000 hab. Ao longo desse período, observou-se uma tendência no crescimento da endemia, registrando-se os coeficientes mais elevados nos anos de 1994 e 1995, quando atingiram níveis de 22,83 e 22,94 casos/100.000 hab., respectivamente.
Ao se analisar a evolução da LTA no Brasil, observa-se uma expansão geográfica, sendo que, no início da década de 1980, foram registrados casos autóctones em 19 Unidades Federadas e, no ano de 2003, foi confirmada autoctonia em todas as Unidades da Federação. A região Norte vem contribuindo com o maior número de casos (cerca de 37,3% do total de casos registrados, no período) e com os coeficientes médios mais elevados (73,3 casos/100.000 hab.), seguida das regiões Centro-Oeste (35,4 casos/100.000 hab.) e Nordeste (18,8 casos/100.000 hab.).
A partir do indicador da densidade de casos, houve identificação, no período de 2009 a 2011, de 20 circuitos ativos de produção da doença de importância epidemiológica, os quais foram responsáveis por 48,5% do total de casos registrados em 2011, distribuídos em 477 municípios do total de 1.792 que apresentaram casos em todo o país.

VETORES
Os vetores da LTA são insetos denominados flebotomíneos, pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros, dependendo da localização geográfica. No Brasil, as principais espécies envolvidas na transmissão da LTA são L. whitmani, L. intermedia, L. umbratilis, L. wellcomei, L. flaviscutellata e L. migonei.

MODO DE TRANSMISSÃO
Picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. Não há transmissão de pessoa a pessoa.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO
No homem, em média de 2 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (2 anos).

SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE
A suscetibilidade é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Classicamente, a doença se manifesta sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa (ou mucocutânea), que podem apresentar diferentes manifestações clínicas, descritas no Atlas da Leishmaniose Tegumentar Americana (2006) e no Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana (2007). A forma cutânea caracteriza-se por apresentar lesões indolores, com formato arredondado ou ovalado, apresentando base eritematosa, infiltrada e de consistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado e com granulações grosseiras. Já a forma mucosa caracteriza-se pela presença de lesões destrutivas localizadas na mucosa, em geral nas vias aéreas superiores.

COMPLICAÇÕES
Complicações por intercorrência - na evolução da doença, podem surgir intercorrências que exijam cuidados.
• Infecção secundária das úlceras:
- lesão em mucosa nasal, que pode levar à rinite purulenta e a complicações, como sinusite até broncopneumonia causada pela secreção aspirada da faringe. A complicação com broncopneumonia é a principal responsável por óbitos, nos casos de forma mucosa;
- lesão extensa no centro da face, que pode levar à trombose de seio cavernoso.
• Lesões na boca e faringe podem causar sialorreia e dificuldade na deglutição, levando à desnutrição.
• Em lesões avançadas da laringe, pode haver perda da voz e obstrução da passagem do ar, causada pelo edema ou pela cicatriz retrátil, obrigando a realização de traqueostomia de urgência.
• Lesões conjuntivais podem levar a distorções da fenda ocular e, raramente, à perda do olho.
• Miíase pode surgir como complicação de úlceras.
• Meningite pode ser uma complicação da disseminação da infecção de uma úlcera da face para a base do crânio.

DIAGNÓSTICO
Laboratorial
O diagnóstico laboratorial constitui-se fundamentalmente pelos exames:
• parasitológico – pesquisa de amastigotas em esfregaço da lesão ou imprint de fragmentos de tecido do paciente;
• imunológicos – intradermorreação de Montenegro (IDRM) ou sorologia por imunofluorescência (IFI) ou ensaio imunoenzimático (ELISA);
• molecular – reação em cadeia da polimerase (PCR).

Recomenda-se a confirmação do diagnóstico por método parasitológico, antes do início do tratamento, especialmente naqueles casos com evolução clínica fora do habitual e/ou má resposta a tratamento anterior.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Leishmaniose cutânea: realizar diagnóstico diferencial com sífilis, hanseníase, tuberculose, micobacterioses atípicas, paracoccidioidomicose, histoplasmose, lobomicose, esporotricose, cromoblastomicose, piodermites, rinoscleroma, granuloma facial de linha média, sarcoidose, lúpus eritematoso discoide, psoríase, infiltrado linfocítico de Jessner, vasculites, úlceras de estase venosa, úlceras decorrentes da anemia falciforme, picadas de insetos, granuloma por corpo estranho, ceratoacantoma, carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, histiocitoma, linfoma cutâneo,
outros tumores.
Leishmaniose mucosa: o diagnóstico diferencial é feito com paracoccidioidomicose, carcinoma epidermoide, carcinoma basocelular, linfomas, rinofima, rinosporidiose, entomoftoromicose, hanseníase virchowiana, sífilis terciária, perfuração septal traumática ou por uso de drogas, rinite alérgica, sinusite, sarcoidose, granulomatose de Wegner e outras doenças mais raras.

COINFECÇÃO Leishmania-HIV
As propostas para atender às necessidades do serviço na implantação das ações de vigilância e controle em pacientes coinfectados Leishmania-HIV no Brasil estão descritas no Manual de Recomendações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com a coinfecção Leishmania-HIV (2011).
A LTA pode modificar a progressão da doença pelo HIV e a imunodepressão causada por esse vírus facilita a progressão da LTA. Não há um perfil clínico definido associado à coinfecção em pacientes portadores de HIV. Achados não usuais podem ser observados nos pacientes coinfectados, como, por exemplo, o encontro de Leishmania spp. em pele íntegra, e sobrepondo lesão de sarcoma de Kaposi, ou em lesões de Herpes simplex e Herpes-zóster. Pode, ainda, haver acometimento do trato gastrointestinal e do trato respiratório para a coinfecção Leishmania-HIV.

Recomenda-se oferecer a sorologia para HIV para todos os pacientes com LTA, independentemente da idade. Ressalta-se a importância de obter o resultado da sorologia para HIV o mais rapidamente possível, para orientar a conduta clínica específica.

Condições em que portadores de HIV/aids devem ser investigados para LTA
Qualquer tipo de lesão cutânea ou mucosa com mais de duas semanas de evolução, em pacientes expostos à área de transmissão de LTA, em qualquer época da vida.

TRATAMENTO
A droga de primeira escolha é o antimonial pentavalente, com exceção dos pacientes coinfectados com HIV e gestantes. Não havendo resposta satisfatória com o tratamento pelo antimonial pentavalente, as drogas de segunda escolha são a anfotericina B e o isotionato de pentamidina. No tratamento para crianças emprega-se o mesmo esquema terapêutico utilizado para o tratamento de pacientes adultos.

RECOMENDAÇÕES
É recomendável o repouso físico relativo e a abstinência de bebidas alcoólicas durante o período de tratamento, devido às possíveis alterações hepáticas.
Em pacientes com idade acima dos 50 anos, portadores de cardiopatias, nefropatias, hepatopatias ou doença de Chagas, deverá ser feita rigorosa avaliação clínica antes e durante o tratamento, com acompanhamento eletrocardiográfico duas vezes por semana, hemograma e exame bioquímico do sangue para avaliação das funções renal (ureia e creatinina), pancreática (amilase e lipase) e hepática (transaminases, bilirrubinas e fosfatase alcalina).
Tais exames deverão ser monitorizados semanalmente, para orientar a redução da dose ou suspensão da droga, bem como a indicação de terapêutica alternativa.

SEGUIMENTO PÓS-TRATAMENTO
Os pacientes devem ser submetidos ao acompanhamento clínico e laboratorial para avaliação da resposta e, também, para a detecção de possível recidiva após terapia inicial bem-sucedida.

LTA E OUTROS PATÓGENOS
Pode ocorrer associação de LTA com outras doenças, tais como: esquistossomose mansônica, hanseníase, tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, paracoccidiodomicose, malária e cromoblastomicose, entre outras. Nesses casos, em doenças cujo tratamento for com dose única ou poucas doses, como esquistossomose mansônica e malária, pode-se tratar, inicialmente, essas doenças com as drogas indicadas e, posteriormente, começar o tratamento para LTA com antimoniais pentavalentes em suas doses habituais, ou então administrar anfotericina B em esquema padronizado. As outras doenças devem ser tratadas com seus respectivos esquemas terapêuticos, associando-se a anfotericina B na sua dose habitual.

CRITÉRIOS DE CURA
O critério de cura é clínico, sendo indicado o acompanhamento regular por 12 meses. Entretanto, para fins de encerramento do caso no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), não é necessário aguardar o término do acompanhamento.
Os critérios de cura para pacientes acometidos pela forma cutânea são definidos pela epitelização das lesões ulceradas, com regressão total da infiltração e do eritema, até 3 meses após a conclusão do esquema terapêutico. Entretanto, nos casos em que não se cumpriram os critérios supracitados, sugere-se o prolongamento da observação até se completarem 6 meses. Já o critério de cura para os acometidos pela forma mucosa é definido pela regressão de todos os sinais e comprovado pelo exame otorrinolaringológico, até 6 meses após a conclusão do esquema terapêutico. Tais critérios, bem como o acompanhamento regular, estão descritos no Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana (2007).

SITUAÇÕES QUE PODEM SER OBSERVADAS
Devido a diversos fatores, como, por exemplo, a dificuldade de acesso às unidades de saúde, o tratamento da LTA muitas vezes é descontinuado. Esta descontinuidade interfere diretamente na eficácia terapêutica. Neste sentido, alguns conceitos e condutas necessitam ser conhecidos pelos profissionais de saúde que manejam os pacientes de LTA, conforme descrito a seguir.

Tratamento regular
Forma cutânea – caso que utilizou de 10 a 20mg Sb+5/kg/dia de antimoniato de N-metil glucamina entre 20 e 30 dias, não ocorrendo intervalo superior a 72 horas entre as doses.
Forma mucosa – caso que utilizou 20mg Sb+5/dia de antimoniato de N-metil glucamina entre 30 e 40 dias, não ocorrendo intervalo superior a 72 horas entre as doses.

Tratamento irregular
Forma cutânea e mucosa – caso que ultrapassou o tempo previsto para um tratamento regular ou para o qual tenha ocorrido um intervalo superior a 72 horas entre as doses.
Falha terapêutica – caso que recebeu 2 esquemas terapêuticos regulares sem apresentar remissão clínica.
Recidiva – reaparecimento de lesão leishmaniótica em qualquer parte do corpo, no período de até 1 ano após a cura clínica, descartada a possibilidade de reinfecção, considerando-se a história da doença atual e a realidade epidemiológica de transmissão do agravo, bem como os possíveis deslocamentos do paciente.
Abandono – caso em que não houve constatação da cura clínica e que não compareceu, à unidade de saúde, até 30 dias após o 3º agendamento para avaliação.

Conduta frente às situações que podem ser observadas
Tratamento regular – paciente que comparece mensalmente à consulta, durante 3 meses após o término do esquema terapêutico, para ser avaliado. Poderá receber alta por cura clínica no transcorrer desse período ou ser iniciado o retratamento, caso tenha ocorrido reativação da lesão.
Tratamento irregular – caso o paciente tenha utilizado menos de 50% das doses prescritas, iniciar, de imediato, o esquema terapêutico completo, a não ser que se apresente clinicamente curado. Caso o paciente tenha utilizado mais de 50% das doses preconizadas, observam-se as seguintes condutas:
- cura clínica;
- melhora clínica – após 3 meses de observação, reavaliar para alta, ou reiniciar o esquema terapêutico completo;
- sem melhora clínica – reiniciar, de imediato, o esquema terapêutico.
Abandono – início do esquema terapêutico com antimonial pentavalente, a não ser que o indivíduo se apresente clinicamente curado.

NOTIFICAÇÃO
Doença de notificação compulsória, em que todo caso confirmado deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde, por meio da Ficha de Investigação da Leishmaniose Tegumentar Americana do SINAN. O seu registro é importante para o conhecimento, a investigação, bem como para a classificação epidemiológica (caso autóctone ou importado) e o acompanhamento dos casos. Uma vez detectado um caso importado, após sua investigação, ele deverá ser notificado no SINAN e ao serviço de saúde estadual ou municipal do local provável de infecção.

INVESTIGAÇÃO
A Ficha de Investigação da Leishmaniose Tegumentar Americana contém os elementos essenciais a serem coletados em uma investigação de rotina. Todos os campos dessa ficha devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa ou ignorada. Outros itens e observações devem ser investigados, conforme as necessidades e peculiaridades de cada situação.

A detecção de casos de LTA pode ocorrer por meio de:
• demanda espontânea às unidades de saúde;
• busca ativa de casos em áreas de transmissão;
• visitas domiciliares dos profissionais do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Estratégia de Saúde da Família (ESF);
• encaminhamentos de suspeitos feitos pela rede básica de saúde.

PREVENÇÃO
Para evitar os riscos de transmissão, algumas medidas preventivas de caráter individual e coletivo devem ser estimuladas, tais como:
• uso de repelentes, quando houver exposição a ambientes onde os vetores, habitualmente, possam ser encontrados;
• evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite); em áreas de ocorrência de L. umbratilis, evitar a exposição durante o dia e a noite;
• uso de mosquiteiros de malha fina (tamanho da malha 1,2 a 1,5mm e denier 40 a 100), bem como a telagem de portas e janelas;
• manejo ambiental com limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas do vetor;
• poda de árvores, de modo a aumentar a insolação, para diminuir o sombreamento do solo e evitar as condições favoráveis (temperatura e umidade) ao desenvolvimento de larvas de flebotomíneos;
• destino adequado do lixo orgânico, a fim de se impedir a aproximação de mamíferos comensais, como marsupiais e roedores, prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos;
• limpeza periódica dos abrigos de animais domésticos;
• manutenção de animais domésticos distantes do intradomicílio durante a noite, de modo a reduzir a atração dos flebotomíneos para esse ambiente;
• em áreas potenciais de transmissão, sugere-se uma faixa de segurança de 400 a 500 metros entre as residências e a mata. Entretanto, uma faixa dessa natureza terá que ser planejada para evitar erosão e outros problemas ambientais.


REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. 1ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Enfermagem Geral [11].


1. A obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença ocorre na seguinte etapa do processo de enfermagem:

a) Planejamento de Enfermagem.
b) Diagnóstico de Enfermagem.
c) Implementação.
d) Coleta de dados de Enfermagem.

2. A Hipertensão Arterial é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. Sobre a doença, é INCORRETO afirmar que:

a) Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão.
b) A maioria dos casos de hipertensão arterial não apresenta uma causa aparente facilmente identificável, sendo conhecida como hipertensão secundária.
c) Recomenda-se que a medida da pressão arterial em gestante seja feita na posição sentada.
d) A hipertensão arterial pode promover alterações estruturais no ventrículo esquerdo, com ou sem isquemia coronária, contribuindo para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com função sistólica preservada ou não.

3. Sobre a utilização da placa de hidrocoloide como cobertura em feridas, é INCORRETO afirmar que:

a) Seu uso é indicado nas feridas infectadas e altamente exsudativas.
b) Deve ser aplicada diretamente sobre a ferida, deixando uma margem de 1 a 2 cm para perfeita aderência à pele íntegra.
c) A interação da cobertura com o exsudato da ferida forma um gel amarelado, viscoso e de odor acentuado, que minimiza as ocorrências de danos ao leito da ferida no momento da remoção.
d) Possui permeabilidade seletiva, permite a difusão gasosa e evaporação de água, é impermeável a fluídos e micro-organismos.

4. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, são direitos do profissional de enfermagem, EXCETO:

a) Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.
b) Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Classe e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional.
c) Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional e do setor saúde.
d) Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão.

5. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, marque a alternativa que apresenta uma proibição de conduta do profissional de enfermagem:

a) Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da Enfermagem informações referentes ao processo de cuidar da pessoa.
b) Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.
c) Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do Conselho Federal e Conselho Regional de Enfermagem.
d) Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional.

6. Sobre o Diabetes Mellitus, marque a alternativa INCORRETA:

a) No diabetes tipo 1 ocorre deficiência absoluta de insulina e por isso a administração de insulina é necessária.
b) A doença cardiovascular, a diálise por insuficiência renal crônica e as cirurgias para amputações de membros inferiores são possíveis complicações da doença.
c) A presença de hipertensão arterial e sobrepeso são fatores de risco para o seu desenvolvimento.
d) A polidpsia, poligafia, poliúria e ganho de peso são os sintomas clássicos da doença.

7. A Sistematização da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem. É INCORRETO afirmar que:

a) O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.
b) O Processo de Enfermagem organiza-se em seis etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes.
c) O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.
d) Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem.

8. Em relação às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), analise as afirmativas abaixo:

I- O uso de preservativos, masculinos ou femininos, por pessoas sexualmente ativas é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis.
II- As DST de notificação compulsória são: AIDS, HIV na gestante/criança exposta, sífilis na gestação e sífilis congênita.
III- Embora o corrimento seja o sintoma mais frequente, quase a metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas.

Estão CORRETAS as afirmativas:

a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) I, II e III.

9. Marque V(verdadeiro) ou F (Falso) e assinale a alternativa correspondente. O cateterismo vesical é indicado:

( ) Quando o paciente está impossibilitado de urinar
( ) Para colher urina asséptica para exames
( ) Para o preparo de pré parto, pré-operatório e exames pélvicos (quando indicados)
( ) Incontinência urinária

a) V – V – V – V
b) V – V – F – V
c) V – F – V – V
d) V – V – V – F

10. Sobre as normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares, analise as afirmativas abaixo:

I - A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.
II - O uso de luvas dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.
III - A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em realização de procedimentos invasivos.

O número de afirmativas INCORRETAS corresponde a:

a) Zero.
b) Uma.
c) Duas.
d) Três.

11. Sobre o processamento de artigos médicos hospitalares, é INCORRETO afirmar que:

a) Os artigos semicríticos devem ser submetidos no mínimo à desinfecção.
b) Todo processo de desinfecção ou esterilização deve ser precedido pela limpeza e secagem rigorosa dos artigos.
c) São exemplos de artigos críticos: termômetro, cubas e comadres.
d) São considerados artigos não críticos aqueles que entram em contato com a pele integra.

12. Com relação aos cuidados que se deve ter no momento da administração e da diluição de medicamentos, marque a opção INCORRETA:

a) É recomendável aplicar medicamentos injetáveis até no máximo 1,0 ml na derme, 2 ml no subcutâneo e 10 ml no músculo.
b) As vias parenterais exigem cuidados específicos, pois existe um risco de causar danos ao tecido e introdução de micro-organismos.
c) Normalmente, não é aconselhável misturar medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma reação química, resultando em precipitado.
d) É preciso lavar as mãos antes e após a administração de medicamentos e fazer a antissepsia no local de aplicação.

13. São fatores de risco que contribuem para infecção em uma ferida, EXCETO:

a) Contaminação na ferida.
b) Corpo estranho.
c) Duração do procedimento cirúrgico.
d) Tecido vitalizado.

14. São objetivos do curativo, EXCETO:

a) Evitar a hemostasia.
b) Fixar ou imobilizar a ferida.
c) Proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida.
d) Proteger a ferida de contaminação.

15. Sobre os sinais vitais, é INCORRETO afirmar que:

a) O uso de drogas depressoras diminui a frequência respiratória.
b) A ingestão de alimentos, realização de exercícios físicos, dor e emoções diminuem a pressão arterial.
c) O pulso normal - denominado normocardia - é regular, ou seja, o período entre os batimentos se mantém constante, com volume perceptível à pressão moderada dos dedos.
d) A verificação da temperatura retal é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores externos.

16. Marque a 2ª coluna em relação a 1ª coluna e assinale a alternativa correspondente.

I - Assepsia
II - Antissepsia
III – Desinfecção

( ) É o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de micro-organismos num ambiente que não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.
( ) É o processo em que se inativa os germes e microorganismos, aqui eles perdem sua função.
( ) São medidas tomadas par evitar o crescimento de micro-organismos e seu desenvolvimento com o uso de desinfetantes, que podem ou não acabar com esses microorganismos.

a) I – III – II
b) I – II – III
c) II – III – I
d) II – I – III



GABARITO
1. D
2. B
3. A
4. D
5. B
6. D
7. B
8. D
9. A
10. B
11. C
12. A
13. D
14. A
15. B
16. A

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Enfermagem Geral [10].


1. Uma das tarefas do profissional de enfermagem é o registro no prontuário do paciente de todas as observações e assistência prestada ao mesmo - ato conhecido como anotação de enfermagem. Sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que:

a) Organizar a anotação de maneira a reproduzir a ordem em que os fatos se sucedem.
b) Indicar o horário de cada anotação realizada.
c) Utilizar linguagem acessível e coloquial, abreviaturas, e evitar termos muito técnicos.
d) Realizar os registros com frequência, pois se decorridas várias horas nenhuma anotação foi feita pode-se supor que o paciente ficou abandonado e que nenhuma assistência lhe foi prestada.

2. Sobre os sinais vitais, é CORRETO afirmar que:

a) São condições que aumentam a pressão arterial: menstruação, gestação, sono/repouso, hipotireoidismo, hemorragia grave, anemia grave.
b) A verificação da temperatura retal é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores externos.
c) O uso de drogas depressoras aumenta a frequência respiratória.
d) Eupneia é a aceleração dos movimentos respiratórios.

3. Assinale a alternativa que apresenta uma desvantagem da via oral para a administração de medicamentos:

a) Período de latência médio a longo.
b) Dolorosa.
c) Não suporta grandes volumes.
d) Possibilidade de auto-administração.

4. Assinale a alternativa que apresenta apenas artigos médico hospitalares classificados como críticos:

a) Espéculo vaginal e ambu.
b) Tecido para procedimento cirúrgico e borracha para aspiração.
c) Cabo de laringoscópio e termômetro,
d) Termômetro e cubas.

5. As áreas hospitalares são classificadas de acordo com os riscos de infecção que possam oferecer aos pacientes. É considerada como uma área crítica:

a) Almoxarifado.
b) Enfermarias.
c) Diretoria Hospitalar.
d) Banco de sangue.

6. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, marque a alternativa que apresenta uma proibição de conduta do profissional de enfermagem:

a) Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da Equipe de Enfermagem.
b) Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a jornada de trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício profissional.
c) Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.
d) Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional, seja por imperícia, imprudência ou negligência.

7. Todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nos serviços de saúde, conforme determina o seguinte princípio do Sistema único de Saúde (SUS):

a) Universalidade.
b) Resolubilidade.
c) Legalidade.
d) Hierarquização.

8. As complicações do Diabetes Mellitus podem ser classificadas em complicações agudas e crônicas. Assinale a alternativa que apresenta uma complicação aguda da doença:

a) Retinopatia.
b) Cetoacidose.
c) Neuropatia diabética.
d) Nefropatia.

9. Ao registrar no prontuário do paciente a diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios, o termo CORRETO a ser utilizado deverá ser:

a) Apneia.
b) Eupneia.
c) Bradipneia.
d) Taquipneia.

10. Sobre os sinais vitais, é CORRETO afirmar que:

a) A verificação da temperatura axilar é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores externos.
b) A pressão sanguínea geralmente é alta durante o sono e ao despertar.
c) A nível fisiológico os exercícios físicos, as emoções fortes e banhos frios tendem a diminuir a frequência respiratória.
d) A hipertermia costuma ser acompanhada de alterações cardiorrespiratórias, incluindo aumento da frequência respiratória (taquipneia) e dos batimentos cardíacos (taquicardia).




GABARITO
1. A
2. B
3. A
4. B
5. D
6. A
7. A
8. B
9. C
10. A

domingo, 15 de abril de 2018

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Enfermagem Geral [9].



1. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, são responsabilidades e deveres do profissional de enfermagem, EXCETO:

a) Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar.
b) Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
c) Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.
d) Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência.

2. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, marque a alternativa que apresenta uma proibição de conduta do profissional de enfermagem:

a) Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.
b) Colaborar com a fiscalização do exercício profissional.
c) Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado.
d) Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.

3. São tipos de medicamentos ou soluções que podem ser administrados através da via endovenosa, EXCETO:

a) Soluções solúveis no sangue.
b) Líquidos isotônicos.
c) Eletrólitos.
d) Soluções oleosas.

4. O paciente Gustavo encontra-se com aumento da frequência respiratória. O profissional de enfermagem deverá utilizar o seguinte termo para registrar essa informação no prontuário:

a) Taquicardia.
b) Bradipneia.
c) Bradicardia.
d) Taquipneia.

5. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, são direitos do profissional de enfermagem, EXCETO:

a) Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
b) Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.
c) Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional e do setor saúde.
d) Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a assinatura e o numero de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência.

6. Na presença de lesão ulcerada no pé do paciente diabético, os cuidados devem ser imediatos, incluindo o tratamento da infecção, quando presente, a redução do apoio no pé doente, a limpeza da ferida e a avaliação da necessidade de encaminhamento à atenção especializada. A necessidade de internação hospitalar pode ser considerada na presença de, EXCETO:

a) Febre ou condições sistêmicas desfavoráveis.
b) Quando a pessoa não tem condições de realizar tratamento domiciliar adequado.
c) Úlcera superficial.
d) Celulite (>2 cm ao redor da úlcera).

7. Sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), é INCORRETO afirmar que:

a) Todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são de notificação compulsória.
b) A Gonorréia e a Tricomoníase apresentam o corrimento como principal sintoma.
c) Em pacientes com queixa de úlcera genital, lesões com mais de quatro semanas podem significar quadro crônico compatível com donovanose, neoplasias ou outras patologias.
d) Diversas DST podem apresentar-se de maneira assintomática na mulher, durante período variável de tempo, aumentando o risco de complicações graves.

8. Sobre os sinais vitais, é INCORRETO afirmar que:

a) O pulso normal - denominado normocardia - é regular, ou seja, o período entre os batimentos se mantém constante, com volume perceptível à pressão moderada dos dedos.
b) Como exemplo de fatores patológicos que aumentam a freqüência respiratória podemos citar o uso de drogas depressoras do sistema nervoso central.
c) Apneia é a ausência dos movimentos respiratórios. Equivale a parada respiratória.
d) São condições que diminuem a pressão arterial: menstruação, gestação, sono/repouso, hipotireoidismo, hemorragia grave, anemia grave.

9. Assinale a alternativa que apresenta apenas artigos médico hospitalares classificados como semi-críticos:

a) Máscaras de nebulização e bico de mamadeira.
b) Cabo de laringoscópio e comadres.
c) Termômetro e cubas.
d) Bisturi e bacias.

10. Para o tratamento das lesões por pressão existem diversas coberturas disponíveis no mercado. Sobre o assunto, é CORRETO afirmar que:

a) Na presença de duas ou mais feridas, separadas por pele íntegra de até 2 cm, deve-se considerar como ferida única.
b) A cobertura de hidrogel com alginato pode ser utilizada em pele íntegra e em lesões fechadas.
c) O filme transparente como cobertura de lesões é indicado como cobertura primária em feridas altamente exsudativas.
d) Deve-se limpar as feridas antes da colocação de cobertura com solução fisiológica a 0,9%, fria, aplicada sob pressão.



GABARITO
1. C
2. A
3. D
4. D
5. A
6. C
7. A
8. B
9. A
10. A

• QUESTÕES (COM GABARITO) • Enfermagem Geral [8].


1. O acidente vascular encefálico (AVE) consiste na perda súbita da função cerebral em consequência da supressão do aporte sanguíneo para uma determinada região do encéfalo. As lesões são provocadas por um enfarte devido a isquemia ou a hemorragia, resultante do comprometimento da função cerebral. São complicações mais comuns do AVE:

a) paraplegia, angina e anemia.
b) xantoma, hiperlipidemia e pneumonia aspirativa.
c) lesão por pressão, paraplegia e erupção cutânea.
d) pneumonia aspirativa, lesão por pressão e tromboembolismo venoso.

2. O reflexo de Babinski é produzido passando-se cuidadosamente, na parte lateral do pé, um objeto de ponta arredondada e estendendo o estímulo discretamente para o aspecto medial através da área metatársica. Aresposta positiva de Babinski, em adultos, é indicada por:

a) ausência de movimento no pé.
b) extensão dos dedos em leque indicando normalidade.
c) extensão dos dedos em leque indicando lesão neurológica.
d) flexão dos dedos do pé, curvando-se para baixo, indicando resposta normal.

3. O prolongamento do estado grave do paciente sem prognóstico satisfatório e a todo custo, causando morte prolongada e acompanhada de sofrimento, associando-se a ideia da manutenção da vida através de processos terapêuticos desproporcionais. O conceito citado se refere a:

a) ortotanásia.
b) eutanásia.
c) distanásia.
d) mistanásia.

4. Considerando as recomendações da NR 32, em relação às vestimentas usadas em serviço, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.
b) Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.
c) O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas, quando aplicável.
d) A higienização das vestimentas utilizadas, mesmo quando houver contato direto da vestimenta com material orgânico oriundo de paciente, deve ser de responsabilidade do empregado.

5. Considere que durante um plantão tumultuado um técnico de enfermagem recebe a tarefa de realizar a hemotransfusão de um paciente que se encontra internado em estado grave. Ele preparou o material, informou o paciente e conectou o equipo ao acesso venoso; porém, nesse momento, o enfermeiro chega próximo ao leito e verifica que o hemoderivado estava em nome de outro paciente e não permite a hemotransfusão. Considerando os principais conceitos relacionados à segurança do paciente e analisando a situação descrita, assinale a alternativa que a define.

a) Near miss
b) Incidente com dano
c) Violação
d) Incidente sem dano

6. O Processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional. O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, e abaixo são apresentadas três dessas etapas:

I. Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado.
II. Processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.
III. Realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem.

NÃO se encontra descrita acima a seguinte etapa:

a) Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem).
b) Avaliação de Enfermagem.
c) Implementação.
d) Planejamento de enfermagem.

7. Sobre os sinais vitais, é INCORRETO afirmar que:

a) A hipotermia costuma ser acompanhada de alterações cardiorrespiratórias, incluindo aumento da frequência respiratória (taquipneia) e dos batimentos cardíacos (taquicardia).
b) Existe pequena elevação de temperatura nas mulheres após a ovulação, no período menstrual e no primeiro trimestre da gravidez.
c) No desmaio o número de pulsações diminui.
d) Os exercícios físicos, as emoções fortes e banhos frios tendem a aumentar a frequência respiratória.

8. Sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), é INCORRETO afirmar que:

a) A vaginose e a candidíase são infecções endógenas e não são consideradas doenças sexualmente transmissíveis.
b) A causa mais comum e importante de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é a Tricomoníase.
c) A maioria das infecções pelo papilomavírus humano (HPV) são assintomáticas ou inaparentes. Outras podem apresentar-se sob a forma de lesões exofíticas, os chamados condilomas acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo.
d) Apenas algumas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são de notificação compulsória.

9. De acordo com o Código de Ética de Enfermagem, são direitos do profissional de enfermagem, EXCETO:

a) Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional, a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo.
b) Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício profissional.
c) Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com as pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local de trabalho.
d) Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe de saúde.

10. As hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado. Cinco diferentes vírus são reconhecidos como agentes etiológicos da hepatite viral humana: o vírus da hepatite A (HAV), o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV), o vírus da hepatite D ou Delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV). Sobre o assunto, é correto afirmar que:

a) Na Hepatite A o quadro clínico é menos intenso à medida que aumenta a idade do paciente.
b) A Hepatite B pode ser transmitida pela via parenteral e também pela via fecal-oral.
c) A transmissão da Hepatite C ocorre, principalmente, por via parenteral.
d) O modo de transmissão da Hepatite D é semelhante ao da Hepatite E.

11. A heterogeneidade do câncer de mama se manifesta pelas diferentes apresentações clínicas e morfológicas, variadas assinaturas genéticas e consequente variação nas respostas terapêuticas. Sobre este tipo de câncer, é INCORRETO afirmar que:

a) A menarca tardia e a multiparidade são importantes fatores de risco para desenvolvimento da doença.
b) A secreção papilar associada ao câncer geralmente é transparente, podendo também ser rosada ou avermelhada devido à presença de hemácias.
c) O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos.
d) O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que dois centímetros de diâmetro) apresenta prognóstico favorável.

12. Sobre o tratamento de feridas e lesões por pressão, é CORRETO afirmar que:

a) A cobertura de carvão ativado e prata não requer cobertura secundária.
b) A cobertura de hidrogel com alginato pode ser utilizada em pele íntegra e em lesões fechadas.
c) Nas lesões por pressão classificadas como grau I ocorre perda tecidual envolvendo danos ou necrose do subcutâneo, chegando até a fáscia muscular.
d) A placa de hidrocolóide deve ser trocada quando ocorrer extravasamento do gel ou descolamento das margens da placa, não ultrapassando 7 dias.

13. Sobre os sinais vitais, é CORRETO afirmar que:

a) Eupneia é a ausência dos movimentos respiratórios. Equivale a parada respiratória.
b) A verificação da temperatura oral é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores externos.
c) O sono e repouso são fatores que influenciam na diminuição da temperatura corporal.
d) A pressão arterial varia ao longo do ciclo vital, diminuindo conforme a idade.

14. Assinale a alternativa que apresenta apenas artigos médico hospitalares classificados como não-críticos:

a) Espéculo nasal e bisturi.
b) Termômetro e cubas.
c) Ambu e mamadeiras.
d) Inaladores e tecido para procedimento cirúrgico.

15. Sobre a realização de curativos, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Não se deve usar algodão ou qualquer gaze desfiada nos curativos.
b) Um curativo ideal deve fornecer isolamento térmico.
c) Deve-se limpar as feridas antes da colocação de cobertura com solução fisiológica a 0,9%, fria, aplicada sob pressão.
d) Se na remoção da cobertura e/ou atadura da ferida, os mesmos estiverem bem aderidos (grudados) na ferida, aplicar o soro fisiológico em jatos, removendo com muita delicadeza, evitando traumas.



GABARITO
1. D
2. C
3. C
4. D
5. A
6. D
7. A
8. B
9. D
10. C
11. A
12. D
13. C
14. B
15. C